O Mundo de Marta

Sempre quando ouvimos falar das irmãs de Lázaro, ressaltamos a imagem de Maria, aquela que se destaca como um exemplo de adoradora no Novo Testamento (Lc.10.38-42), lembrada por sentar-se aos pés de Jesus, servia ungindo-o com um caro bálsamo que para os dias de hoje é avaliado em um ano de salário.

Essa entrega de adoração de Maria foi única e marcada como muito importante. Não foi um caso isolado, ela continua a ser citada ainda em três evangelhos, sendo que em Mateus 26.13 Jesus ainda diz: “Que em todo o mundo, onde o evangelho fosse pregado, seria contado o que ela fez a Ele.”

Mas, e Marta? Marta é mais conhecida como a “anfitriã muito ocupada”, mas ela também era uma adoradora. Lá em Lucas 10.39, Maria se mostra rendida, prostrada aos pés de Jesus, Marta (vers.38) foi aquela que ofereceu a sua casa para Jesus hospedar-se, ela reconhecia a presença do Mestre em seu lar, pode até não ter tido a mesma atitude que sua irmã Maria, mas foi cuidar para que toda a casa estivesse adornada.

A presença de Jesus é tão importante, que quando O deixamos entrar em nosso lar (coração) verdadeiramente, logo sentimos a necessidade de limpar tudo para que Ele fique a vontade, pois Jesus não habita onde há sujeira.

Marta estava tendo o seu “encontro” com Deus. A irritação dela para com sua irmã, levou-a a um confronto com Jesus, mas a resposta amorosa d’Ele não era uma condenação do coração servidor ou rejeição de sua hospitalidade, simplesmente levou-a a pensar em suas decisões e também que deixasse Maria (irmã mais nova) tomar suas próprias decisões.

A História de Marta não se resume somente a este episódio, ela saiu de seu “encontro” com Deus, marcada e transformada em uma adoradora mais madura. João 11.1-46 nos conta a história da morte de Lázaro, “o amigo a quem Jesus muito amava”. Esse capítulo já se inicia falando de Maria e de seus feitos na adoração, após esse grifo, Marta torna-se a principal e Maria a coadjuvante. Mas por quê? No ver.20 diz que quando Marta soube que Jesus vinha, ela saiu ao Seu encontro, porém Maria ficou sentada em casa. Naquela época era costume os enlutados não saírem de suas casas, mas Marta fez o inesperado, correu ao encontro do Mestre, ela acusou a morte de seu irmão à Sua demora (ver.21),mas no ver.22 vemos a atitude de fé e confiança quando disse: “Mas também sei que, mesmo agora, tudo quando pedires a Deus, Deus to concederá”. Jesus falou-lhe que Ele era a ressurreição e a vida, e ela creu. Após a confissão dos lábios de Marta que Ele era o Cristo, o Filho de Deus, Ele manda chamar a Maria, ela vem ao Seu encontro, lança-se aos Seus pés e também o acusa pela demora. Jesus vendo-a a chorar e também aos judeus, comoveu-se e dirigiu-se ao túmulo onde Lázaro estava e ali chorou...                [ o restante da história já conhecemos].

A história de Maria e Marta nos faz refletir em nosso relacionamento com Deus, será que estamos como Maria, que quando estava tudo bem, buscava adorá-lo, rendia-se a Ele e nos momentos difíceis não voltamos ao lugar da adoração?

Sabemos que quando marcamos com Jesus, Ele estará lá. Mesmo que não vamos, Ele está lá. Não podemos deixar que as circunstâncias, ou até a dor nos impeça de adorar.  Jesus precisou chamar a Maria para que ela novamente lançar-se aos Seus pés e visse o milagre acontecer.

Após 4 dias de morto, eles não esperavam mais um milagre de Jesus, mas Ele é o Deus que surpreende. Assim como Ele surpreendeu Marta e Maria e aos judeus, Ele também quer nos surpreender a cada dia, só precisamos estar ali, ali onde Ele está no seu momento de intimidade.

Façamos como Marta, um exemplo comovente para toda mulher do equilíbrio entre a comunhão com a família e o trabalho necessário para atender suas necessidades terrenas, sem deixar de adorar.